sexta-feira, 18 de março de 2011

Efeitos e utilidades da radiação

A radioatividade é um fenômeno natural, podendo causar efeitos que trazem benefícios e malefícios à humanidade. No entanto, apesar de ser uma ameaça, ela também pode produzir bons efeitos, como em tratamentos médicos, fontes de energia e outros. Assim, os benefícios ou malefícios que ela pode causar dependem essencialmente da forma como é utilizada.

Fenômenos que provocam a radioatividade:


O átomo é um componente fundamental de toda a matéria que existe no universo e é constituído por diferentes arranjos entre prótons, neutros e elétrons. O que define a propriedade físico-química dos átomos são esses diferentes arranjos, permitindo identificar cada um como sendo um elemento químico tornando mais ou menos instável. A instabilidade dos átomos está relacionada a um excesso de energia no núcleo, que tende a ser liberada sob forma de radiações, ou seja, se seu núcleo tiver energia em excesso, ele tenderá a estabilizar-se, emitindo o excesso de energia na forma de partículas ou ondas. Essa radiação emitida pelo núcleo possui imensa capacidade de interagir com a matéria a sua volta, alterando sua estrutura.


O urânio-235, o césio-137, o cobalto-60 e o tório-232 são exemplos de elementos fisicamente instáveis ou radioativos. Eles estão em constante desintegração emitindo radiação.

Um vidro que contém urÂnio, na forma de diuranato (U2O72-), pode apresentar este belo brilho quando sob luz ultravioleta.

Há três tipos básicos de radioatividade: as partículas alfa, beta e gama, sendo que a primeira, por ter massa e carga elétrica muito grande, pode ser facilmente detida. Em geral elas não conseguem ultrapassar as camadas externas das células mortas de uma pessoa, sendo assim praticamente inofensiva. Porém podem penetrar nos organismos através de ferimentos ou aspirações, provocando lesões graves. As partículas beta apresentam uma velocidade próxima à da luz e percorrem poucos metros no ar, atravessam lâminas de chumbo de, no máximo, 2 mm de espessura ou de alumínio de até 5 mm, mas são barradas por uma placa de madeira de 2,5 mm de espessura.
As partículas gama podem ser detidas somente por uma parede grossa de concreto ou metal. As radiações gama apresentam a velocidade das ondas eletromagnéticas (velocidade da luz 300.000 km/s) e percorrem milhares de metros no ar.

Pode-se dizer que as radiações penetrantes evidentemente são as mais perigosas, pois podem destruir células de órgãos vitais. Assim, fica claro que as radiações gama produzem efeitos fisiológicos que são perigosos para os seres vivos quando recebidas em quantidades elevadas.
Existem algumas situações em que temos fonte de radioatividade. Como exemplo importante, pode ser citado o lixo nuclear, ou seja, rejeito radioativo. Esse lixo é todo material resultante de atividade humana que contenha elementos radioativos em risco a saúde humana e ao meio ambiente. Eles podem ser encontrados em usinas nucleares, hospitais, indústrias, clínicas médicas, centros de pesquisa, universidades e outros.


Ameaça Nuclear


Desde a última guerra mundial a poluição nuclear tem se tornado motivo de grande preocupação, principalmente para cientistas e militantes ecológicos do mundo inteiro. Vários países organizam estudos e criam rigorosas normas de segurança em atividades que usam energia nuclear, visando reduzir ou eliminar o aumento da radioatividade natural causada pela tecnologia criada pelo homem.

Num reator nuclear, basicamente a energia desprendida na fissão nuclear transformará a água líquida em vapor d’água. Este vapor movimentará uma turbina que, por sua vez, produzirá energia elétrica. Devido ao grande número de usinas nucleares espalhadas pelo mundo, estratégias vêm sendo traçadas no sentido de assegurar a qualidade de vida no planeta, uma vez que falhas em seu programa de segurança provocam explosões nos reatores gerando graves acidentes. 





Um exemplo é a explosão do reator número 4 da central de Chernobyl, na Ucrânia, em 26 de abril de 1986, que foi considerado o maior acidente nuclear da história, pois deixou o mundo inteiro em pânico, liberou uma nuvem radioativa que contaminou pessoas, animais e o meio ambiente em grande parte da Europa. Até os dias atuais não se sabe exatamente o número de mortos em decorrência desse acidente.

Na verdade a radioatividade pode causar graves problemas de saúde e muitos desses problemas se manifestam a longo prazo. Muitas pessoas que sobreviveram ao acidente cometeram suicídio; outros abandonaram as pressas suas casas e não voltaram a viver no local onde nasceram devido à radioatividade.

Observa-se que aumento da incidência do câncer de tireóide foi uma das principais conseqüências do desastre. Presume-se que a doença se alastrou e contaminou jovens de até 18 anos de idade, devido à incidência do iodo-131 liberado na explosão. Também foram registrados casos de depressão, alcoolismo e suicídios em números mais elevados que o normal.

Usina nuclear de Chernobyl após o acidente
No Brasil esse perigo pôde ser tristemente comprovado em setembro de 1987, quando uma cápsula contendo isótopo de césio-137, usado em equipamentos radiológicos, foi aberta por sucateiros e intensamente manuseada, contaminando centenas de pessoas.
No mar Báltico está concentrado sucata de submarinos nucleares afundados durante a segunda guerra mundial que constitui grave ameaça. Um exemplo que abrange muitos setores industriais, em especial a siderurgia, é a queima do carvão mineral, que contém elementos radioativos. Estima-se que, sejam queimadas em todo o mundo, por ano, 2,8 bilhões de toneladas de carvão, liberando 9 mil toneladas de tório e 3,6 mil toneladas de urânio para o meio ambiente. No petróleo e no gás natural, também há presença de elementos naturais radioativos que podem aumentar a exposição à radiação.

Os materiais radioativos apresentam um problema único que é como se desfazer dos resíduos. Eles devem ser armazenados de tal maneira que nem a radiação, nem as próprias substâncias radioativas possam entrar em contato com sistemas vivos. Muitos desses materiais continuam seu processo de decaimento por períodos de tempo muito longos, de modo que sua armazenagem não pode ser considerada um problema a curto prazo.

Radioatividade: Benefícios e conseqüências
 
A radioatividade está presente em todos os lugares. O ser humano, assim como as outras espécies, está exposto a esse fenômeno durante suas atividades diárias, seja através de fontes naturais de radiação ou pelas fontes artificiais, criadas pelo homem.
Esses elementos radioativos, quando bem manipulados, podem ser úteis na medicina ajudando, por exemplo, no tratamento de tumores cancerosos. Na radioterapia, a radiação é dirigida para o tecido doente destruindo o tumor. Em pacientes com câncer de tireóide, pequenas quantidades de iodo-131 são ingeridas por eles, fazendo com que o iodo se concentre na tireóide, destruindo os tecidos da glândula.
Também podemos citar o método de datação radioativa, que usado para determinar a idade de relíquias antigas, como fósseis, rochas e etc.

Minério de urânio
Os danos causados a saúde estão associados ao tipo de radiação e a quantidade acumulada no organismo. Se esta exposição for de dose excessiva pode provocar sérios problemas, como lesões no sistema nervoso, na medula óssea, no aparelho gastrintestinal e etc., causando até a morte. As radiações fazem com que os átomos que compõem as células sofram alterações em sua estrutura, afetando o seu funcionamento. Portanto elas são perigosas para os seres vivos quando recebidas em quantidades elevadas. Conseqüências biológicas no funcionamento do organismo comum aparecerão com o tempo, algumas mais rápidas, outras de forma lenta, podendo ainda apresentar-se apenas nos descendentes do indivíduo que sofreu a alteração induzida pela radioatividade.

A radioatividade ambiental provocada por atividades humanas tem aumentado significativamente e, portanto, é um tema sujeito a intensa investigação. Vários trabalhos científicos têm sido desenvolvidos, bem como tecnologias de medida e controle da radiação. Formas de regulamentação vêm sendo estudadas para aumentar a segurança. Assim, um importante alerta às indústrias que trabalham com materiais que apresentam elevada radioatividade natural é que busquem a tecnologia adequada para eliminar ou controlar os aspectos negativos que a radiação pode produzir. Embora a ciência seja muito importante em nossas vidas, o uso consciente dela é que faz a diferença. Assim como os átomos instáveis evoluem em busca de uma configuração mais estável, nós, seres humanos, devemos evoluir em busca da estabilidade ambiental, ou seja, diminuir os impactos causados à natureza, pois sem ela é impossível haver vida e muito menos ciência.

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Créditos: Elaine Gonçalves Lemos, Eliene Gonçalves Lemos e Neuza de Souza Oliveira – Acadêmicas do curso de Licenciatura plena em física da UNIR – Campus de Ji-Paraná-RO


Referências:

LEMBO, Antônio; SARDELLA, Antônio. Química. São Paulo, Ática, 1978.
O`CONNOR, Rod. Fundamentos de Química. São Paulo, Editora Harper e Row do Brasil, 1977.
RUSSEL, Jhon Blair. Químico geral. 2ªed. São Paul: Pearson Makron Books, 1994.
SARDELLA, Antônio. Curso de Química. Vol. 2, São Paulo, Ática, 1998.
ALMANAQUE ABRIL: Atualidades Vestibular. 4ªed. São Paulo: Editora Abril, 2007.


                                                                                                           Leandro Matos

Um comentário:

  1. isso e muitoo interesantyy pra qm gosta d curiosidades cientificas... :))

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