terça-feira, 12 de abril de 2011

Por que os placebos funcionam?

Tomar um remédio sem saber que ele na verdade é composto apenas por água e açúcar pode sim fazer um paciente se sentir melhor. Mas a pergunta sem resposta ainda é o porquê disso. Estudos da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, mostram que cerca de 30% a 40% de pacientes dizem se sentir melhor após tomarem placebos (medicamentos inertes que apresentam efeitos físicos apenas pela crença do paciente) para casos que variam de depressão a pressão alta ou Parkinson.

Em uma pesquisa recente, médicos do Veterans Affairs Medical Center de Houston realizaram cirurgias nos joelhos de pacientes com artrite. Mas eles também fizeram pequenos cortes nos joelhos de outro grupo de doentes, imitando as incisões da operação real. Após alguns dias, os dois grupos relataram melhoria semelhante em relação à doença.

Outros estudos já mostraram que o cérebro humano pode liberar substâncias químicas que simulam a atividade da morfina, quando o corpo é tratado com analgésicos de mentira. Mas apenas há pouco tempo os cientistas começaram a descobrir mais sobre os mecanismos fisiológicos relacionados ao uso de placebos. Em um teste inovador, o psicólogo da Universidade de Columbia, Tor Wager, e um grupo de colegas aplicaram leves choques nos pulsos de 24 pessoas. Depois, os pesquisadores esfregaram um creme sem fator ativo algum nas cobaias e lhes disseram que continha analgésico. Quando foi realizada a nova bateria de choques, oito das pessoas testadas afirmaram ter sentido menos dor.

A seguir, examinando imagens da atividade cerebral dos pacientes envolvidos no teste, Wager verificou que, quando se sabia que um estímulo doloroso era iminente, era acionada a parte pré-frontal do córtex cerebral - região usada para a elaboração de pensamentos complexos. Quando os cientistas aplicaram o creme-placebo, essa parte do cérebro se ativava ainda mais fortemente, sugerindo que a pessoa pudesse estar antecipando o alívio. E aí, quando o choque era dado novamente, o paciente mostrava atividade decrescente em áreas do cérebro onde há neurônios sensíveis à dor.



As imagens acima, feitas por aparelhos de tomografia e ressonância computadorizados, mostram as áreas em atividade do cérebro quando um paciente sente dor e, depois, quando recebe um analgésico, que, na verdade, é um placebo. Regiões amarelas e vermelhas são "mais quentes", ou seja, indicam atividade celular mais alta. Regiões azuis e pretas mostram atividade reduzida ou não-existente

Os pesquisadores acreditam que um dia esse tipo de experimento vai poder ajudar na criação de novos tratamentos que ativem o cérebro para afetar o corpo. Enquanto isso, os médicos se dividem entre os que acreditam ser uma vergonha realizar falsas cirurgias ou dar remédios de mentira a pacientes e os que questionam o poder da mente sobre o corpo.

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Fontes: Wired e Revista Galileu

                                                                                                        Leandro Matos

2 comentários:

  1. Pra mim esse negócio de placebo n funciona

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