domingo, 29 de maio de 2011

A história do Mario... mas que Mario?!

Em 1980, após uma tentativa sem sucesso da Nintendo ao fazer um jogo baseado no desenho Popeye, Miyamoto, considerado o pai do Mario, foi então solicitado pela empresa a projetar um novo jogo baseado em suas próprias ideias. O resultado disso foi Donkey Kong, em que o personagem "Jumpman" (Mario) tentava salvar a sua namorada Pauline do gorila Donkey Kong.

Para ser visto como ser humano e não como um mutante ou algo parecido, colocaram em Mario, um enorme bigode. Nos Estados Unidos, as pessoas perceberam que Mario era extremamente parecido com um funcionário da Nintendo, chamado Mario Segali, daí veio a ideia de trocar o nome de Jumpman para Mario, que já começou a ser utilizado no próximo jogo de Miyamoto, Donkey Kong Jr. 


Mario Segali & Mario

Mario originalmente era carpinteiro, mas depois dos canos nos quais ele entrava literalmente, no famosíssimo jogo Mario Bros, passou a ser considerado encanador. Após o tremendo sucesso no Mario Bros, o personagem foi sendo trabalhado ainda mais. Criaram Luigi, seu irmão, além disso, montaram uma história mais bem elaborada, com objetivos e vilões bem definidos, além de incrementar os poderes e os amigos de Mario.

O encanador é sem dúvida o principal ícone da Nintendo e talvez seja também, o principal dos jogos eletrônicos. A série Mario já possui mais de 184 milhões de cópias vendidas, e os jogos de Mario vão desde o modesto Super Nintendo até o moderno Wii, ambos da Nintendo.


__________________________________________________________________

Fonte: Brasil Escola

                                                                                                    Leandro Matos
__________________________________________________________________

quinta-feira, 26 de maio de 2011

LHC cria matéria primordial incrivelmente densa!


Quando construído, o LHC foi tratado como a “arma do fim do mundo”, porque muitas pessoas achavam que o artefato gigantesco criaria um buraco negro que sugaria todo o planeta. Anos depois, nada de tão incrível chegou a acontecer… até agora!

Cientistas operando o Large Hadron Collider, acabam de anunciar a criação de uma nova “instância” de plasma quark-gluon, conhecida por ser a forma de matéria mais densa que a humanidade já testemunhou. O material é 100 mil vezes mais quente que o Sol, e mais denso do que qualquer objeto conhecido — excetuando um buraco negro.

Para comparar: uma estrela de nêutrons é dita por ser “tão densa quanto toda a população humana comprimida em um cubo de açúcar”. Plasma quark-gluon é ainda mais denso do que isso. O líder da equipe do LHC, David Evans, disse:

“Se você tivesse um centímetro cúbico dessa coisa, pesaria 40 bilhões de toneladas.”

Acredita-se que o universo existia como um plasma quark-gluon, até que se esfriou e se tornou no que temos hoje. O LHC teria criado com íons de chumbo se chocando próximo da velocidade da luz. O grupo pretende criar ainda mais do material no futuro.

_________________________________________________________________________

Fonte: The Escapist e Jovem Nerd

                                                                                                   Leandro Matos
_________________________________________________________________________

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Criadores mortos pelas próprias invenções

Uma grande invenção pode fazer qualquer profissional entrar para a história. Algumas, por outro lado, podem ser fatais. Conheça a história de cientistas, engenheiros e políticos que sofreram com suas criações fatais

Marie Curie


A cientista polonesa Maria Sklodowska-Curie foi a primeira professora do sexo feminino da Universidade de Paris. Mas isso não quer dizer nada perto das outras conquistas: ela foi também a primeira mulher a ganhar um prêmio Nobel e a primeira pessoa a ganhar dois destes prêmios – de Física em 1903 e de Química em 1911. As vitórias decorreram da descoberta dos elementos rádio e polônio, além de um método para isolar isótopos radioativos.

Como foi uma das primeiras pessoas a pesquisar o tema, Maria não tinha conhecimento da nocividade dos materiais radioativos para o corpo humano – a palavra “radioativo”, inclusive, também foi invenção dela. Quase todo o seu trabalho foi realizado em um galpão sem nenhum tipo de proteção, que hoje foi convertido em museu. Mas seus livros e papéis são tão contaminados que estão armazenados em caixas de chumbo. A cientista morreu em 1934 de anemia aplástica, causada pela intensa exposição à radiação.


Li Si


A história do chinês Li Si é mais antiga e ainda mais mórbida. Enquanto chanceler da dinastia de Qin, entre os anos de 246 e 208 a.C., o influente político inventou uma técnica de punição chamada de “As cinco dores”. A vítima tinha primeiramente o nariz cortado, depois uma das mãos e, em seguida, um dos pés. O próximo passo era castrar o torturado e, por último, cortá-lo ao meio na altura da cintura. O homem era deixado lá, para morrer de tanto sangrar.

Li Si tinha muita influência durante o governo dos dois primeiros imperadores com quem trabalhou. Porém, quando o segundo morreu e um terceiro assumiu, sua força ficou balançada. Para tentar converter a situação, o chanceler passou a manipulador o imperador ao suicídio, ato que foi delatado por uma pessoa próxima. Li Si foi condenado por traição e morreu em 208 a.C. por meio da mesma técnica que inventou.


Horace Lawson Hunley


 
Aos 40 anos, o americano Horace Hunley já havia atuado como legislador, advogado e engenheiro naval. Mas foi nesta última profissão que obteve mais sucesso: criou o primeiro submarino de combate, o H.L. Hunley, durante a Guerra Civil Americana. A embarcação, porém, foi tachada como perigosa depois que cinco dos nove tripulantes morreram ainda no primeiro teste.

Mas Horace não desistiu. Continuou trabalhando e tentando aperfeiçoar sua invenção. Quando achou que o submarino estava finalmente pronto para atacar, preparou um segundo teste, também fracassado. O submarino afundou e, dessa vez, matou os nove tripulantes, inclusive o próprio Horace, que havia resolvido participar da experiência. Isso aconteceu em 1863.

John Godfrey Parry-Thomas 

Nascido no País de Gales, J. G. foi um engenheiro apaixonado por carros de corrida. Ele reconstruiu seu carro para ser alimentado por um motor V12 Liberty, além de uma série de outras modificações. O resultado de suas experiências, que ele chamou de Babs, foi o primeiro carro exclusivamente dedicado a bater o recorde de velocidade terrestre.

Em 27 de abril de 1926, John – que era o próprio piloto de sua invenção – alcançou seu objetivo e atingiu a maior velocidade já registrada por um carro. No dia seguinte, quebrou o próprio recorde, chegando a aproximadamente 275 km/h. Um ano depois, o antigo recordista passou esta velocidade e John queria uma revanche, ocasião em que acabou morrendo.

Babs era muito rápido, mas não tão seguro. O motor era alto, então atrapalhava a visão e obrigava o piloto a inclinar a cabeça para o lado direito. Além disso, havia umas correntes expostas, usadas para ligar o motor às rodas, que podiam ferir fácil alguém, caso quebrassem. Aos 270 km/h, este incidente ocorreu. As correntes bateram forte na cabeça de John, matando-o instantaneamente.

Aurel Vlaicu

Também engenheiro, o romeno Aurel tinha como grande paixão voar. Em 1909, ele construiu seu primeiro planador e, um ano depois, já estava voando em um avião, chamado Vlaicu I. E não parou por aí. Logo depois veio o Vlaicu II e uma série de prêmios. Em 1913, já trabalhando em seu terceiro avião, o engenheiro planejou uma viagem à Transilvânia. No caminho, sobrevoando as montanhas dos Cárpatos, o Vlaicu II perdeu a asa e Aurel morreu no acidente.



________________________________________________________________________

Fontes: Revista Galileu e site Neatorama


                                                              Leandro Matos & Carolina Machado

_________________________________________________________________________

sábado, 14 de maio de 2011

Cientistas afirmam que é possível criar matéria a partir do “nada”

Cientistas descobrem como extrair partículas do vazio - sem depender de nenhuma matéria-prima da natureza 

Nada se cria, tudo se transforma. Essa lei da física pode estar sendo ultrapassada por um grupo de pesquisadores da Universidade de Michigan, que diz ter descoberto um meio de gerar matéria a partir do vácuo - popularmente conhecido como "nada". Isso seria possível porque, na verdade, o que nós chamamos de nada não é um vazio absoluto. Está cheio de partículas de matéria e antimatéria, que se anulam mutuamente. A novidade é que os pesquisadores descobriram um jeito de separá-las, usando equipamentos cuja tecnologia já é dominada pelo homem - no caso, um canhão de elétrons e um laser de altíssima potência, que seriam disparados contra o vácuo para separar a matéria da antimatéria, provocando uma reação em cadeia que resultaria na geração de novas partículas. "É possível gerar centenas de partículas usando apenas um elétron", diz o físico Igor Sokolov. "O problema era calcular essas reações. Agora podemos fazer isso", explica o físico Gastão Krein, da Unesp. Os cientistas dos EUA pretendem fazer uma experiência em escala reduzida usando o Hercules, um laser da Universidade de Michigan.

As partículas oriundas do nada são apenas elétrons e pósitrons (equivalentes dos elétrons no mundo da antimatéria). Não são átomos completos, com os quais seria possível fabricar coisas. Mas os cientistas acreditam que a descoberta poderá ser extremamente útil, e ajudar nas pesquisas sobre fusão nuclear - técnica que há décadas é estudada pelos físicos, e um dia poderá gerar energia limpa e quase infinita para a humanidade.

_______________________________________________________________________

Referência: University of Michigan

Fonte: Revista Super Interessante  

                                                                                                   Leandro Matos

________________________________________________________________________ 

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Irmãos Wright: sim, eles foram os primeiros a voar!

Apesar de toda a polêmica com relação a Santos Dumont, os irmãos Wright realmente foram os primeiros a voar

Sim, foram os irmãos Wright os primeiros a voar. O desafio era fazer um vôo prolongado, motorizado, com controle de direção, em uma máquina mais pesada do que o ar, e isso eles conseguiram em 17 de dezembro de 1903, em Kitty Hawk, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, em um avião batizado como Flyer (Voador). Quando Santos Dumont pôs no ar o seu 14 Bis, em 23 de outubro de 1906, e percorreu 60 metros, os irmãos Wilbur e Orville Wright já haviam feito vôos controlados de 39 quilômetros. O feito dos irmãos americanos não teve o reconhecimento público imediato porque não foi presenciado por muitas testemunhas, apenas por alguns salva-vidas e um agente dos Correios. “Hoje em dia, eles só são contestados de forma séria no Brasil”, diz o jornalista Salvador Nogueira, autor de Conexão Wright-Santos Dumont: A Verdadeira História da Invenção do Avião.


Orville Wright
Evidências indiscutíveis, como fotografias dos vôos, correspondências trocadas pelos irmãos e anotações técnicas detalhadas, consagraram-nos no mundo como os primeiros a voar. Com um porém: o avião dos irmãos Wright não decolava por meios próprios. Como não tinha rodas, nos primeiros testes, em 1903, era preciso usar um trilho para ganhar velocidade e contar com a ajuda do vento contrário para se erguer no ar. Mais tarde, em 1904, os irmãos acoplaram ao trilho uma catapulta, o que encurtou a extensão do trajeto a ser percorrido e diminuiu a dependência do vento. Apostavam que as rodas eram um peso desnecessário e que usar um trilho era mais prático do que encontrar um longo campo plano para decolar.


Inspiração

Wilbur Wright
O primeiro a pensar em construir um avião, na década de 1890, foi Wilbur. Na época, ele e Orville possuíam uma loja de bicicletas. Wilbur passava horas observando o vôo de falcões, até que percebeu que, para ter total controle da inclinação, a ave elevava uma das asas e abaixava a outra. Os irmãos chegaram à conclusão de que o maior desafio seria controlar o avião no ar com a mesma presteza. Foi em 1899, ao atender uma cliente da loja de bicicletas, que Wilbur, ao torcer uma caixa de tubo, percebeu como conseguiria o controle lateral em planadores. Ele tinha acabado de inventar o sistema de torção de asa, que, junto com os lemes, garantiria o controle dos vôos. Os primeiros testes foram realizados em 1900, com planadores. Os irmãos escolheram a pequena cidade de Kitty Hawk, na Carolina do Norte, por causa dos ventos constantes e do solo arenoso, que tornava o pouso mais suave. Conseguiram chegar a um modelo que voava por pouco tempo, mas tinha bom controle de direção. O piloto ficava deitado no centro, com um leme horizontal à frente para controlar a ascensão no ar e um mecanismo que provocava a torção de asas. Em 1903, depois de mais de 700 vôos planados, os irmãos testaram um aparelho com um motor de 12 cavalos construído por eles próprios. E voaram.

Flyer I, 17 de Dezembro, 1903


O primeiro vôo com sucesso foi pilotado por Orville. Durou 12 segundos e percorreu 36 metros. No mesmo dia, os dois fizeram, em revezamento, outros três vôos bem-sucedidos. O mais longo deles, com Wilbur no comando, durou 59 segundos e percorreu 260 metros. Até 1905, eles fizeram diversos aperfeiçoamentos no Flyer, até alcançarem um avião prático, com controle e sustentação. Tudo em sigilo, porque os irmãos pensavam em garantir a patente, o que ocorreu em 1906. Apenas em agosto de 1908, eles realizaram a primeira exibição pública na Europa. Estavam em Paris e assombraram a platéia com o completo controle do Flyer, que fez curvas de 90º dando duas voltas sobre uma pista de corrida e pousou no mesmo ponto em que subiu. No final de 1909, os dois fundaram a Wright Company e começaram a comercializar seus aparelhos. Em 2003, no centenário do feito dos irmãos Wright, um consórcio de empresas e instituições nos EUA tentou reproduzir o primeiro vôo do Flyer, com uma réplica exata do avião. Sequer conseguiram sair do solo. A réplica era fiel, mas faltaram os ventos fortes que ajudaram os Wright a decolar em 1903.


__________________________________________________________________________

Fontes: Livro Conexão Wright-Santos Dumont: A Verdadeira História da Invenção do Avião escrito por Salvador Nogueira & Revista Aventuras na História

                                                                                                      Leandro Matos

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Osama Bin Laden: De aliado a inimigo nº 1

Sua trajetória - desde o tempo em que foi parceiro dos Estados Unidos até se tornar o terrorista mais temido do mundo

O que fez com que um abastado jovem muçulmano, educado junto à realeza da Arábia Saudita, se lançasse numa guerra suja contra o país mais poderoso do mundo? A resposta passa por uma análise do mundo equilibrado sobre a tensão entre as duas superpotências, Estados Unidos e União Soviética, durante a Guerra Fria, e a intrincada relação do Islã com o chamado “ocidente”.

Para entender Bin Laden e sua turma, é preciso viajar no tempo e no espaço. Nosso destino é o Afeganistão, e o ano é 1979. Ali, um punhado de rebeldes mal armados trocava tiros contra o recém-empossado governo comunista que, depois de um golpe de estado apoiado pelos vizinhos soviéticos, assumiu o poder, em 1978. O conflito que colocava em lados opostos um bando de nacionalistas contra o gigante nuclear parecia favas contadas. Afinal, a União Soviética já havia sufocado com mão de ferro outras revoltas do tipo no passado. No entanto, aquela seria uma guerra diferente. Primeiro, porque o inicialmente mal organizado movimento rebelde passou a contar com o apoio militar (que incluía armas e dinheiro) e logístico (que incluía treinamento e mais dinheiro) de outro gigante: os Estados Unidos. Não se esqueça que estamos no início dos anos 80, e aqui, sob a míope ótica da Guerra Fria, isso faz todo o sentido. Depois, porque os rebeldes estão unidos por algo mais forte que o sentimento nacionalista: a fé. São muçulmanos e estão dispostos a uma jihad, ou seja, a uma guerra na qual cada soldado crê que os interesses de Deus estão acima do seu próprio. Além disso, lutar nas montanhas desérticas do Afeganistão não é fácil (como os próprios americanos iriam saber 20 anos depois).


Apenas bons amigos

Marcado por um turbilhão de partidos políticos, grupos religiosos e clãs tribais, o território afegão é constituído por uma cadeia de montanhas que faz fronteira com a União Soviética, a China, o Irã e o Paquistão. Fincado entre a União Soviética e o Golfo Pérsico (a maior reserva de petróleo do mundo), está numa região de importância estratégica para os Estados Unidos, que desde a emergência do aiatolá Khomeini no Irã, em 1979, perdera seu principal aliado na região. Para os soviéticos, o Afeganistão interessa, sobretudo, pelas reservas de gás natural, imprescindíveis ao funcionamento de sua indústria. Assim é que o Afeganistão dos anos 1970 é marcado, sobretudo pela polarização da Guerra Fria.

Ronald Reagan
Em 1979, a intervenção do Exército Vermelho solapou de vez o instável equilíbrio étnico e político do país. Em exatos 14 dias após a invasão, os americanos enviaram armas para o Paquistão, onde havia muitos refugiados afegãos – entre eles os futuros membros do Talibã, de origem pachtouns, etnia dominante no Afeganistão (38%) – e onde seriam estabelecidos os campos de treinamento dos que iriam combater nas montanhas afegãs. Sob a justificativa de que era preciso conter a expansão soviética no Terceiro Mundo, o presidente americano Ronald Reagan propôs armar os rebeldes afegãos, que chamou de freedom fighters (ou guerreiros da liberdade).


No começo dos anos 80, a guerra afegã atraiu a atenção do movimento islâmico transnacional. Por todo o mundo muçulmano, os ulemás – líderes religiosos – apelaram à “solidariedade islâmica internacional”, e interpretaram a presença dos russos no Afeganistão como uma invasão do Islã pelos infiéis. Nesse tempo e com esse discurso, destacou-se um jovem nascido na Arábia Saudita. Herdeiro de uma fortuna em seu país, ele viajava pelas capitais do Oriente Médio convencendo e patrocinando o engajamento de muçulmanos para a luta. Seu nome é hoje um dos mais conhecidos do mundo: Osama Bin Laden.

Bin Laden passou a ser um dos principais fiadores da aliança anti-soviética, que colocou do mesmo lado os “jihadistas” muçulmanos e os americanos. Bin Laden e a CIA foram felizes aliados, pois, enquanto um recrutava os homens para lutar nas montanhas, o outro fornecia os fundos, as armas e os instrutores para treinar e formar os afegãos e os voluntários árabes em técnicas de combate de guerrilha. Com esses ingredientes, a guerra durou até 1989 e acabou com os soviéticos sendo expulsos do país.

Retirada de tropas soviéticas do Afeganistão em 1988
 
Fim da lua de mel

A amizade acabou na manhã seguinte ao fim do conflito soviético-afegão. E quase de imediato se instaurou um novo antagonismo de escala mundial. Isso porque os voluntários que foram combater no Afeganistão estavam motivados a restaurar um Islã verdadeiro, propagando a xaria – a lei baseada nos preceitos religiosos e tradicionais do Alcorão – onde quer que fosse possível. Mas o fato é que a saída dos russos retirou a “questão afegã” da agenda dos antigos aliados americanos, que se afastaram daqueles que cada vez mais viam como fanáticos. Isso representou uma traição, justamente no momento em que o Afeganistão estava arrasado pela guerra e explodindo em conflitos civis.

Neste contexto, Bin Laden, o mais eminente representante desses combatentes islâmicos, emerge para canalizar as reivindicações dos “jihadistas” frustrados. Sob seu comando, havia entre 4 a 5 mil combatentes dotados de um completo arsenal militar, vivendo em campos de treinamento em território paquistanês e afegão. Outra guerra não parecia estar tão distante.

E não estava mesmo. Em 1990, após as tropas iraquianas de Saddam Hussein invadirem o Kwait, os americanos revidaram e bombardearam o Iraque. Era a Guerra do Golfo, que colocava, dessa vez, os americanos como invasores do Islã. A instalação de uma base militar na Arábia Saudita, em 1991, para servir de apoio às tropas americanas que lutavam contra Saddam foi a gota d’água. Primeiro atraiu a revolta contra os americanos e depois fomentou uma oposição sem precedentes à monarquia saudita, que, apesar das relações comerciais com os Estados Unidos (que desde 1932 detinham o direito de exploração das reservas petrolíferas do país), mantinha as artes, a cultura e o direito nas mãos de um clero ultra-puritano. A presença de soldados americanos na terra que congrega dois dos mais importantes lugares santos do Islã – as mesquitas de Meca e Medina – pôs em risco a credibilidade da monarquia.

Guerra do Golfo - Aviões da USAF voando sobre os incêndios de poços de petróleo no Kuwait
 
Contra o feiticeiro

Osama Bin Laden foi um dos primeiros a se juntar à grita contra essa nova invasão, revelando-se um dos críticos mais obstinados do “islamismo de fachada” da família real saudita. Se desde o fim do conflito com os russos ele vinha percebendo que para defender o Islã seria preciso esforços muito maiores, talvez globais, agora ele concluía que o próprio mundo muçulmano estava infiltrado de dirigentes que se deixaram corromper pela influência ocidental. Por isso, sua luta não estaria aliada a um Estado, não se limitaria a fronteiras, era preciso defender o Islã onde ele estivesse sendo atacado. Passou a financiar e dar apoio logístico aos mais variados movimentos de insurgência islâmica e, ainda morador da Arábia Saudita, declarou que expulsaria os americanos com as próprias mãos do território sagrado do Islã.

Isso lhe rendeu a perseguição do serviço de segurança de seu país, que chegou a congelar parte dos seus bens e a revogar sua cidadania. Bin Laden deixou a Arábia Saudita em 1991 para se estabelecer no Sudão, onde, paralelamente às atividades de formação de militantes da causa islâmica, formou sociedades comerciais e aumentou sua fortuna pessoal. Com ele, migraram milhares de combatentes muçulmanos e outros veteranos do jihad afegão (bem como suas respectivas famílias). De lá, passou a organizar o grupo chamado de Al Qaeda (“a base”), uma rede de colaboradores espalhados pelo mundo dispostos a uma nova tática de guerra: o terrorismo contra alvos americanos. Em fevereiro de 1993, fez explodir um carro-bomba no subsolo do World Trade Center, em Nova York, matando seis pessoas. Em outubro, atacou a embaixada americana na Somália e matou 18. Em 1995 e 1996 seus alvos foram os americanos residentes na Arábia Saudita. Primeiro, em Riad, cinco americanos foram mortos na explosão de um estacionamento. Depois, num ataque a uma base militar em Dharan, 19 morreram.

Sem base territorial e independente economicamente de um Estado, a rede terrorista de Bin Laden é, na opinião de especialistas, a única a ter uma visão mundial de seu combate. Assim, em 1996, o errante Bin Laden voltou para o Afeganistão, onde estava em ascensão outro movimento radical islâmico, que pregava uma moral estritamente religiosa: o Talibã, do líder Mulá Omar. Ali, Bin Laden continuaria protegido. E manteria intactos seus métodos de atuação.

Imagem de 1996 mostra Osama após seu retorno ao Afeganistão
 
Em 1998, promoveu ataques simultâneos às embaixadas americanas em Dar es-Salam, na Tanzânia, e em Nairóbi, no Quênia. Se depois do ataque ao World Trade Center, em 1993, já se havia detectado a conexão dos terroristas com antigos membros da milícia afegã treinada pela CIA, a resposta militar americana aos ataques na África revelou outra cruel ironia. Em busca das bases secretas da Al Qaeda no Afeganistão, os americanos não tiveram que procurar muito. Os campos de treinamento dos terroristas de Bin Laden constavam dos mapas da CIA, que os havia projetado e instalado no começo do jihad contra os soviéticos.

Em outubro do ano 2000, Bin Laden comandou ainda um ataque ao navio americano “USS Cole”, no Iêmen. Seu próximo e mais devastador ataque seria o de 11 de setembro de 2001, onde morreram cerca de 3 mil pessoas em ataques ao World Trade Center, em Nova york, e ao Pentágono, em Washington. Em função desses ataques, o então presidente americano George W. Bush comandou uma ofensiva, dando início a chamada "guerra ao terror". O alvo do ataque era o Afeganistão, e o objetivo era, além de capturar (ou matar) Osama Bin Laden, também tirar o regime Talibã do poder.

Ataque ao World Trade Center em Nova York, 11 de setembro de 2001
 
Muitas ações foram feitas, muitos ataques foram realizados, mas somente ontem (dia 01/05/2011), quase 10 anos após o início da ofensiva, Bin Laden foi morto. Ele foi encontrado na cidade de Abbotabad, próximo a Islamabad, capital do Paquistão. A operação estava sendo planejado desde agosto do ano passado, quando os americanos conseguiram uma pista segura sobre seu paradeiro, após mais de quatro anos de investigações. Seguem aqui uma Reportagem do site G1 e um vídeo do Jornal Nacional explicando os detalhes da operação.

________________________________________________________________________

Referência: Florent Blanc

Fontes: Livro Ben Laden et l’Amérique, de Florent Blanc, site G1 e revista Aventuras na História.

                                                                                                       Leandro Matos
________________________________________________________________________

domingo, 1 de maio de 2011

A criação de Mickey Mouse

Oswald, o Coelho Sortudo
Em fevereiro de 1928, Walt Disney era um cineasta com apenas um sucesso no currículo: Oswald, o Coelho Sortudo. O personagem de animação havia sido lançado um ano antes, com algum êxito de bilheteria. Quando viajou a Nova York para pedir ao estúdio Universal um aumento nos ganhos, ouviu uma contraproposta ofensiva: aceitar a redução de 20% no cachê, ou então a empresa lhe tomaria o coelho - nessa época Disney ainda não era o gênio empresarial que viria a se tornar e, em função de um contrato mal assinado, acabou perdendo os direitos do personagem. Na viagem de trem para sua casa em Hollywood, ele começou a pensar numa alternativa - um animal parecido com Oswald, apenas com o rabo mais longo e as orelhas mais curtas. Quis batizá-lo de Mortimer, mas o personagem teve seu nome alterado para Mickey Mouse por sugestão de Lillian, sua esposa, que considerava o primeiro nome pretencioso e formal demais para o personagem. Ela então sugeriu Mickey. Ao chegar em casa, Disney tinha um esboço pronto do ratinho.
Em 18 de novembro de 1928, o personagem estreou nos cinemas com o curta-metragem Steamboat Willie. Essa é a versão oficial para o nascimento desse ícone do século 20. Mas os biógrafos do empresário contam uma história  diferente: a idéia de substituir o coelho foi de Disney, mas Mickey teria sido desenhado depois, pelo animador Ub Iwerks. Controvérsias à parte, o fato é que o sucesso foi imediato. Em 1929, o bichinho dócil, íntegro e ingênuo protagonizou 12 curtas-metragens. Cinco anos depois, ele já rendia 600 mil dólares em merchandising e era o grande símbolo da empresa. Enquanto isso, o coelho Oswald sumia do mapa - até ser novamente adquirido pela Disney, em 2006. 




Histórias de um camundongo

O personagem já bebeu cerveja, fumou e até foi usado como código militar:

Remodelagens
Mickey fez várias "plásticas", a mais recente em 2000. Com o rabo e o focinho menores, ele ganhou jovialidade. A mudança completou uma transição identificada por Marc Eliot, biógrafo de Disney: com o tempo, o rato ficou cada vez mais arredondado e parecido com uma criança.


Uma só voz
Disney falava de Mickey como se ele fosse um filho. A relação do criador com a criatura era tão forte que o empresário dublou o rato de 1928 até 1946. Desde então, dois atores se sucederam na tarefa de ser a voz do personagem.


Álcool e cigarro
Antes da estréia oficial, Walt dirigiu dois filmes com o personagem, mas ambos só chegaram aos cinemas depois de Steamboat Willie. Em um deles, The Gallopin' Gaucho, o camundongo bebe cerveja, fuma e dança tango com a namorada Minnie. A popularidade que o personagem ganhou em pouco tempo foi tão grande que Walt Disney resolveu torná-lo politicamente correto já em 1930. Disney considerava o camundongo um amuleto, já que seu sucesso quase imediato em 1928 fez com que saísse da miséria, portanto rechaçou diversas tentativas de seus sócios e subordinados de acabar com o personagem ainda nos anos 1930.

Sucesso tardio
Em 1940, Fantasia, o primeiro filme de longa-metragem do ratinho, custou 2,28 milhões de dólares e foi um fiasco comercial. Só nos anos 60 a animação, que não tinha diálogos e era acompanhada por música erudita, tornou-se um clássico do cinema.


Máquina de dinheiro
Na década de 30, o ratinho virou febre mundial. Vários países o rebatizaram: na Itália, ele era Topolino; na Suécia, Musse Pigg; no Japão, Miki Kuchi. Surgiu também uma gama de produtos com a marca do bicho. Em 1933, foram vendidos mais de  2,5 milhões de relógios do personagem.

Senha militar
Na Segunda Guerra, os estúdios Disney produziram filmes e pôsteres em prol dos soldados americanos. A popularidade do rato era tão grande que "Mickey Mouse" foi usado como senha durante as operações do Dia D.



__________________________________________________________________


                                                              Leandro Matos & Carolina Machado
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...