NÃO! As baratas não sobreviveriam a um desastre nuclear. Este é um mito antigo, que provavelmente surgiu na década de 1960, quando relatos não confirmados diziam que baratas teriam sobrevivido às bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki, no final da Segunda Guerra Mundial.
Mas até que essa crença não é tão maluca assim: as baratas são bem mais resistentes que os humanos e outros animais não-insetos. Além do tamanho diminuto, as baratas vivem muito bem em ambientes hostis – elas comem matéria em decomposição e podem viver sem cabeça durante algumas semanas. Mas a suposta resistência à radioatividade estaria relacionada à sua constituição: por serem organismos muito simples, elas têm poucos genes sujeitos a mutação. E, como suas células se dividem muito mais lentamente que as nossas, elas ganham mais tempo para consertar problemas causados pela radiação, como danos fatais ao DNA.
Isso tudo faz com que a barata seja cerca de 20 vezes mais resistente a radiação que o homem, que não suporta nem 1000 rads (unidade de radiação absorvida). Mas essa resistência das baratas não seria suficiente para sobreviver a uma bomba como a de Hiroshima, que irradiou cerca de 34 mil rads no seu epicentro.
Os seres que mais suportam a radiação são aqueles mais simples, como musgos, algas e protozoários. Muito provavelmente a última sobrevivente de um Holocausto Nuclear seria a bactéria Deinococcus radiodurans, presente em ambientes ricos em matéria orgânica, que consegue se multiplicar até sobre lixo radioativo. Esta bactéria suporta cerca de 1,5 milhões de rads.
Corrida Radioativa
Exposta à radiação, a barata morreria bem antes de outros insetos, alguns vermes e muitas bactérias
Barata Americana - 20 mil rads
Caruncho de madeira (Lyctus brunneus) - 48 mil rads
Mosca-das-frutas - 64 mil rads
Larva parasitóide (Habrobracon hebetor) - 180 mil rads
Bactéria (Deinococcus radiodurans) - 1,5 milhão de rads
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Fonte: Revista Super Interessante
Leandro Matos
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