terça-feira, 28 de junho de 2011

AIDS - Origens de uma doença mortal

Descoberta nos anos 80, a AIDS já agia na África no começo do século 20 

O ano é 1900. Um homem com ferimentos abertos pela vegetação da selva da África procura sua caça no sudeste de Camarões. Sem dificuldades, encontra e captura um chimpanzé. Enquanto tenta escapar, o animal morde o agressor. O caçador abate o primata com uma faca, joga a presa ensanguentada sobre os ombros, também cheios de feridas, e segue seu caminho. Ele nem imagina, mas é uma das pessoas que carregam no sangue as primeiras infecções do SIV, o vírus da imunodeficiência dos símios. A variação desse organismo em humanos, o HIV, provocaria a doença que se chamaria AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) e desencadearia uma verdadeira epidemia. Muito antes de ser descoberto, há quase 30 anos, o vírus passaria várias décadas provocando mortes sem causa definida. Hoje alguns passos dessa trajetória são conhecidos.

Nos primeiros anos do século 20, macacos contaminados eram carregados por comerciantes que desciam o rio Sangua, afluente do rio Congo, até a feira de Leopoldville (atual Kinshasa, na República do Congo). Ali, os comerciantes contaminados pelas primeiras mutações do SIV em HIV gastavam seu dinheiro com as prostitutas locais. "Assim, o vírus do chimpanzé, já presente no sangue de humanos, ganhou a capacidade de atingir outras pessoas pela relação sexual", diz o médico infectologista Stefan Cunha Ujvari, autor de A História da Humanidade Contada pelos Vírus. "A prostituição e os estupros durante as guerras de independência na África espalharam a doença, que ao longo do tempo foi confundida com muitas outras, como pneumonia e anemia profunda."

Chimpanzé (subespécie Pan troglodytes troglodytes), responsável pela transmissão do vírus HIV-1 para o ser humano.
A disseminação para fora da África começou na década de 60. A guerra de independência de Guiné-Bissau levou uma onda de refugiados para Gâmbia, Senegal e Cabo Verde - e deste último país partiram pessoas infectadas para a Europa. O primeiro caso nas Américas foi registrado em 1978, no Haiti. No Brasil, a doença surgiu em 1981 e já tirou a vida de cerca de 200 mil pessoas.

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida foi reconhecida em meados de 1981, nos EUA, a partir da identificação de um número elevado de pacientes adultos do sexo masculino, homossexuais e moradores de São Francisco ou Nova York, que apresentavam sarcoma de Kaposi, pneumonia por Pneumocystis carinii e comprometimento do sistema imune. Todos estes fatos convergiram para a inferência de que se tratava de uma nova doença, ainda não classificada, de etiologia provavelmente infecciosa e transmissível.

Desde que foi identificada, a AIDS deixou cerca de 25 milhões de vítimas fatais. Atualmente, existem aproximadamente 35 milhões de portadores, mas a situação já é muito mais promissora. Ainda que a cura não tenha sido encontrada, a combinação de medicamentos descobertos nos últimos anos permite que o paciente tenha uma vida mais confortável.

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Referência: Pesquisas da Dr. Beatrice H. Hahn

Fontes: Revistas Época, Aventuras na História e site Brasil Escola 


                                                                 Leandro Matos & Carolina Machado

domingo, 19 de junho de 2011

As baratas realmente sobreviveriam a um desastre nuclear?

NÃO! As baratas não sobreviveriam a um desastre nuclear. Este é um mito antigo, que provavelmente surgiu na década de 1960, quando relatos não confirmados diziam que baratas teriam sobrevivido às bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki, no final da Segunda Guerra Mundial.

Mas até que essa crença não é tão maluca assim: as baratas são bem mais resistentes que os humanos e outros animais não-insetos. Além do tamanho diminuto, as baratas vivem muito bem em ambientes hostis – elas comem matéria em decomposição e podem viver sem cabeça durante algumas semanas. Mas a suposta resistência à radioatividade estaria relacionada à sua constituição: por serem organismos muito simples, elas têm poucos genes sujeitos a mutação. E, como suas células se dividem muito mais lentamente que as nossas, elas ganham mais tempo para consertar problemas causados pela radiação, como danos fatais ao DNA.

Isso tudo faz com que a barata seja cerca de 20 vezes mais resistente a radiação que o homem, que não suporta nem 1000 rads (unidade de radiação absorvida). Mas essa resistência das baratas não seria suficiente para sobreviver a uma bomba como a de Hiroshima, que irradiou cerca de 34 mil rads no seu epicentro.

Os seres que mais suportam a radiação são aqueles mais simples, como musgos, algas e protozoários. Muito provavelmente a última sobrevivente de um Holocausto Nuclear seria a bactéria Deinococcus radiodurans, presente em ambientes ricos em matéria orgânica, que consegue se multiplicar até sobre lixo radioativo. Esta bactéria suporta cerca de 1,5 milhões de rads.


Corrida Radioativa

Exposta à radiação, a barata morreria bem antes de outros insetos, alguns vermes e muitas bactérias
Barata Americana - 20 mil rads

Caruncho de madeira (Lyctus brunneus) - 48 mil rads

Mosca-das-frutas - 64 mil rads

Larva parasitóide (Habrobracon hebetor) - 180 mil rads

Bactéria (Deinococcus radiodurans) - 1,5 milhão de rads

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Fonte: Revista Super Interessante



                                                                                                       Leandro Matos
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